"A tecnologia espacial é uma máquina que transforma milhões em bilhões"

- Mais de 500 empresas polonesas já estão cadastradas no banco de dados da Agência Espacial Europeia. Mais de 150 delas já ganharam contratos — alguns no valor de milhões de euros.
- - As tecnologias espaciais são uma máquina para transformar milhões em bilhões - diz o Prof. Grzegorz Wrochna em uma entrevista ao WNP.
- Como lembra o ex-presidente da Agência Espacial Polonesa, a lei sobre a Agência Espacial Polonesa prevê a possibilidade de apoio a empresas pela POLSA. Estamos aguardando a regulamentação de implementação desta lei.
- A Polônia também espera por um programa espacial nacional desde 2017. - Várias tentativas foram feitas para formulá-lo, mas sem sucesso - ressalta nosso interlocutor.
O voo de Sławosz Uznański-Wiśniewski em órbita é mais do que um sucesso para a imagem da Polônia . É uma oportunidade concreta de desenvolvimento para empresas e cientistas poloneses .
Experimentos preparados como parte da missão da Agência Espacial Europeia demonstram que a Polônia tem as ambições e competências necessárias para desempenhar um papel importante no setor espacial. Agora, decisões ousadas são necessárias — afirma o Prof. Grzegorz Wrochna, ex-presidente da Agência Espacial Polonesa, em entrevista à WNP.
— Só o anúncio do recrutamento para experimentos fez com que a Agência Espacial Europeia e a Polônia recebessem 66 inscrições em um mês. Não esperávamos que nossas empresas e cientistas já estivessem tão bem preparados para conduzir pesquisas no espaço — acrescenta.
— Alguns projetos, como processadores, estão muito avançados e próximos da implementação, outros — como controlar um computador com o pensamento — estão apenas no início do caminho. Mas todos eles têm potencial também em aplicações terrestres — enfatiza Wrochna.
Mais de 500 empresas polonesas já estão registradas no banco de dados da ESA. Mais de 150 delas ganharam contratos – alguns no valor de milhões de euros . Isso mostra que o setor espacial polonês não apenas aspira, mas também compete.
De subsídios a compras públicas: o que as empresas precisam?Questões financeiras podem ser um obstáculo para o desenvolvimento futuro. Segundo Wrochna, existem instrumentos financeiros ou de subsídios para empresas que desejam realizar experimentos para missões espaciais no futuro. No entanto, como ele enfatiza, as empresas polonesas precisam não apenas de subsídios para pesquisa, mas, acima de tudo, de encomendas reais .
— Nossas empresas não querem mais viver apenas de subsídios. Elas precisam de encomendas — enfatiza o Prof. Wrochna, explicando que a Agência Espacial Europeia oferece uma solução para esse problema. Graças a ela, é possível financiar projetos com recursos públicos, mas na forma de licitações que exigem qualidade comercial.
- A ESA combina dinheiro público com uma encomenda comercial. A empresa precisa vencer a licitação e entregar um dispositivo funcional - explica Wrochna.
Que outros instrumentos ele achava que eram necessários?
— A lei sobre a Agência Espacial Polonesa prevê a possibilidade de apoio à empresa pela POLSA. Estamos aguardando a regulamentação de implementação desta lei. Ela já está em tramitação legislativa. Esperamos que seja adotada em breve e que a Agência Espacial Polonesa receba os recursos adequados para poder apoiar efetivamente o setor espacial polonês — afirma Wrochna.
Como ele lembra, a Polônia também espera por um programa espacial nacional desde 2017. Várias tentativas foram feitas para formulá-lo, mas sem sucesso.
Uma contribuição que valeu a pena. A Polónia já não está no fim da lista da ESAO outono trará decisões importantes sobre o valor da contribuição da Polônia à ESA. Segundo Wrochna, essa decisão também afetará diretamente o programa espacial nacional e o papel da Polônia em futuras missões. Segundo Wrochna, se investirmos com ousadia, temos uma grande chance de desenvolver o setor espacial. Caso contrário, outros nos ultrapassarão.
— Reduzir a contribuição significaria retrocesso. Precisamos mantê-la, ou melhor, aumentá-la — apela Grzegorz Wrochna, acrescentando: — Investimentos no espaço são investimentos em segurança e desenvolvimento.
Como enfatiza o ex-chefe da POLSA, hoje as tecnologias espaciais não são apenas uma curiosidade científica. Elas são a base de um Estado moderno, tanto em termos de economia quanto de segurança.
- A Ucrânia é um exemplo de que a superioridade não é mais determinada apenas pelo poder de fogo ou pelo número de tanques, mas sobretudo pela precisão da informação - lembra Grzegorz Wrochna.
Como ele explica, são as tecnologias espaciais, especialmente as tecnologias de satélite, que fornecem esse conhecimento essencial hoje.
— Se considerarmos nossa renda nacional, que gira em torno de 750 bilhões de euros, o custo de uma missão de astronauta é inferior a 0,1 por mil desse valor. Todo o orçamento que atualmente alocamos ao setor espacial — cerca de 200 milhões de euros por ano — é pouco menos de 0,3 por mil — calcula nosso interlocutor.
Como acrescenta Wrochna, se a Polônia quiser tratar as questões de segurança e tecnologias modernas com seriedade, os investimentos no setor espacial deverão ser correspondentemente maiores .
- Como os países da OTAN declaram 5% do PIB para segurança, vendo como as tecnologias espaciais desempenham um papel fundamental na guerra na Ucrânia, deveríamos destinar pelo menos 0,5% desse valor, e de preferência 1% para essas tecnologias - enfatiza o ex-presidente da Agência Espacial Polonesa.
Existe alguma chance de outro polonês voar para o espaço?Enviar Sławosz Uznański-Wiśniewski para a órbita pode não ser o último evento desse tipo envolvendo nosso compatriota, se for bem utilizado, mas se e quando outro polonês terá a chance de voar para o espaço, de acordo com Grzegorz Wrochna, é difícil de prever.
— Já temos um excelente astronauta e acredito que esse potencial não pode ser desperdiçado, que ele deve continuar seu trabalho na Agência Espacial Europeia. Atualmente, ele está empregado apenas como um astronauta de projeto, ou seja, com uma missão específica em mente. No entanto, nosso objetivo é que ele seja contratado permanentemente — para que possa participar das atividades até o fim da operação da Estação Espacial Internacional, previsto para 2030. Esperamos que ele tenha a chance de voar novamente para a ISS e, posteriormente, participar de missões para novas estações espaciais construídas pela iniciativa privada, ou para a estação Gateway, que orbitará a Lua — enfatiza.
wnp.pl